Urbanidade [exercício de contemplação do cotidiano]
Após um longo dia sem descanso,
Da janela do ônibus a cidade se revela,
Misturando-se a natureza.
É um verdadeiro remanso pro coração.
As margens do Rio Potengi
Os barcos pescam e o sol
No horizonte se declina
Em tom alaranjado-avermelhado
Colorindo o azul do céu ainda não estrelado
A ponte se a l o n g a pra que se chegue à outra ponta
E embaixo de si ainda tem muita água para passar.
Por ela muitos passam, mas poucos percebem a sua generosidade,
Ao permitir que se passe sem os pés molhar e ao mesmo tempo os olhos encher.
Um trem perpassa sorrateiro ligeiro
Cortando o ronco do motor do ônibus
Deslumbrando a criança diante dos trilhos
Direcionando o olhar dos curiosos passageiros
Pensamentos sentimentos
Fluem sorrateiros e perpassam ligeiros
Assim como o trem que cortou o ronco do motor do ônibus
E desviou todas as atenções para si.
Misturando-se com as mensagens desencontradas dos outdoors
Do passado só me lembro, não repito.
O presente vivo intensamente, mas com cautela.
Do futuro se encarrega Alguém que é maior que eu.
Guardo os pensamentos dentro do armário do coração
A paisagem lá fora não se deixa esconder.
Chego ao destino.
E a urbanidade faz companhia ao próximo passageiro que se deixar entreter com pensamentos e contemplações.
[Débora Rosane]
Comentários
Ahauhue, Debby tu tá me deslumbrando mt mulé..
Aww fofa
x)
Gosto dessa percepção do cotidiano, a beleza que nos é dada todos os dias e que esquecemos de olhar... admirar.
Bom quando alguém nos atenta pra isso.
Oi, moça, tudo bem?
Encontrei você por aqui! Bela surpresa!
Linkei no meu blog, ok?
Beijos