Meu poema de sete faces*
       Quando nasci, um anjo torto  desses que vivem na sombra  disse: Vai, Débora! Ser alguém na vida.   as portas abrem passagens  para outras dimensões.  A manhã talvez tivesse qualquer cor  Ainda assim inspiraria recomeços.   O ônibus passa cheio de cabeças:  Cabeças brancas vermelhas marrons:  Para que tanta cabeça, meu Deus, pergunta minha cabeça.  Porém meu coração  Silencia.   O artista atrás da sua obra  É frágil, simples e nobre.  Quase não se dá nada por ele.  Tem muitos, admiradores, mas raros amigos  O artista atrás da sua obra.   Meu Deus, nunca me abandonaste  Sabes quem eu sou,  Mas mesmo assim não me deixas.   Mundo mundo vasto mundo  Se eu me chamasse outro nome,  Qualquer que seja,  Nem a rima seria uma solução; fosse ela pobre ou rica.  Mundo mundo vasto mundo  Mais vasto é o que alcança a minha imaginação.   Eu não queria te dizer  Mas essa lua  Mas essa melancolia  Desconheço alguém mais sentimental que eu...     *Tal qual o de Drummond , o "Meu poema de Sete...