Uma vó que faz poesia...





Hoje é o dia das avós, aqueles serzinhos maravilhosos criados por Deus para cuidar com carinho dos netinhos, "estragá-los" e entupi-los com guloseimas. Lembro com muita saudade da minha avó Iaponira e dos seus mimos para comigo. Nunca esquecerei dos quitutes e dos momentos de acolhida em seu lar.
Se eu fosse pensar numa vó para eleger para mim eu possivelmente escolheria a poetiza Adélia Prado. O meu 1º contato com a sua poesia aconteceu no final de 2009 quando naquele ano eu faria uma seleção de mestrado em Campina Grande e tive como (grata) tarefa realizar a leitura do livro Terra de Santa Cruz. O mais legal é que ela ainda está viva e produzindo bastante!
Deixarei como encerramento deste pequeno post-tira-teia-de-aranha-do-blog-meio-abandonado-por-falta-de-tempo um poema dela cujo título é Ensinamento (vocês hão de convir que ensinar é a especialidade das avós):


Ensinamento

Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café , deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.



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