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Mostrando postagens de 2011

Meu poema de sete faces*

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Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra disse: Vai, Débora! Ser alguém na vida. as portas abrem passagens para outras dimensões. A manhã talvez tivesse qualquer cor Ainda assim inspiraria recomeços. O ônibus passa cheio de cabeças: Cabeças brancas vermelhas marrons: Para que tanta cabeça, meu Deus, pergunta minha cabeça. Porém meu coração Silencia. O artista atrás da sua obra É frágil, simples e nobre. Quase não se dá nada por ele. Tem muitos, admiradores, mas raros amigos O artista atrás da sua obra. Meu Deus, nunca me abandonaste Sabes quem eu sou, Mas mesmo assim não me deixas. Mundo mundo vasto mundo Se eu me chamasse outro nome, Qualquer que seja, Nem a rima seria uma solução; fosse ela pobre ou rica. Mundo mundo vasto mundo Mais vasto é o que alcança a minha imaginação. Eu não queria te dizer Mas essa lua Mas essa melancolia Desconheço alguém mais sentimental que eu... *Tal qual o de Drummond , o "Meu poema de Sete

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Ele(a) se viam além dos rótulos, pois sabiam que os mesmos impedem de ver o interior. E riram das pessoas que não percebem o óbvio. Imagem

Brincando de Kafka...

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Era uma vez um a r t i s t a que era tão fascinado pela a r t e e suas diversas formas de expressão que um dia amanheceu metamorfoseado em c a n ç ã o . (Débora Oliveira) Natal, 31 de outubro de 2011. Imagem

Da espera I

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Retomo as postagens aqui do blog com um post  romanticamente descabelado. (Re)visitei o blog da Mima  e fiquei com vontade de escrever algo semelhante, pois adorei a ideia. Já dizia Guimarães Rosa que " esperar é reconhecer-se incompleto" e de fato é mesmo, ainda mais quando se trata da busca pela pessoa certa, aquela que você passará o resto da sua vida e terá a chave do seu coração. Tudo o que fala a respeito da espera por um amor que vale a pena chama a minha atenção, é inevitável. E eu levanto essa bandeira, pois apesar do mundo atual ser tão conturbado com valores invertidos, a pessoa certa existe! O propósito desse post é listar algumas músicas que a gente pode ouvir enquanto espera ou desfrutar delas caso a pessoa certa já esteja presente em sua vida. Vamos à lista? Love is waiting - Brooke Fraser   Everything - Stacie Orrico   Someday Soon - Francesca Battistelli   Daniel Bedingfield - If you're not the one

Do dente de leão...

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  Achei que criar raízes seria só no chão... Mas descobri que se criam raízes também no coração. (JL Vargas) O dente de leão é uma planta incomum. Não, não vou me deter a descrevê-lo sob a ótica da botânica, biologia ou seja lá qual for a ciência que abarque o seu estudo. Quero poetizá-lo na sua liberdade, singeleza e determinação; pela sua capacidade de fazer vínculos sem fincar raízes, mas paradoxalmente deixando vestígios pelo caminho. Há pessoas dente de leão. Sua presença surpreende, é trazida por um vento que não se sabe de onde veio e nunca sabemos para onde vai. Elas são (in)comuns, imprevisíveis e encantadoras pelo mistério que as envolve. Não se sabe que critérios ela utiliza para escolher de quem ficará perto-longe. Não saber, não entender suas idas e vindas, nunca vai torná-la menos interessante, pelo contrário.  Certa tarde, abri minha janela e o vento da tarde me trouxe um. Eu sorri pra ele e depois daquele dia eu nunca mais fui a mesma, pois percebi q

Quem não gostaria de um momento assim?

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  Uma das mais belas cenas do filme Big Fish , dirigido por Tim Burton e roteirizado por John August.

O conserto...

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Já quebrei meu coração antes de você chegar, mas foi você passar a mão e ficou tudo no lugar... ( Disco Voador - Affonsinho ) Imagem

Três dias...

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Se você ficar sozinho Pega a solidão e dança Se faltar a paz Se faltar a paz, Minas Gerais ( Três dias - Marcelo Camelo )

Das estações.

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  As estações passam e a medida em que elas mudam de lugar, acompanho o seu ciclo infinito. Deixo-me inundar nas cinzas do inverno para florescer em vários tons de lilás vermelho-alaranjado. Ao mesmo tempo sou a folha que ressecou, caiu e passou a compor o (des)colorido tapete ao chão; o mesmo chão em que os miúdos brincam a pisar, se deliciando com as onomato(pé)ias ruidosas produzidas pelas pisadas de suas meninices. Até que percebo que sou nada, nada mais que uma gotícula de orvalho que brinca de esconder dos raios de sol. Aprendi com a primavera; a deixar-me cortar e voltar sempre inteira. (Cecília Meireles) ***imagem

Tato.

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 A seguir um trecho da belíssima canção Minha Casa , de  Zeca Baleiro... Quero no escuro, como um cego tatear estrelas distraídas * Imagem

Quino: desiludido ou realista?

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Quino , o cartunista argentino autor   de    Mafalda , desiludido com o rumo deste século no que diz respeito a valores e educação, deixou impresso no cartoon o seu sentimento: A genialidade do artista faz uma das melhores críticas sobre a criação de filhos (e educação) nos tempos atuais. ***Recebi por e-mail e resolvi postar aqui hoje!

Se eu fosse, seria(?)

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Se eu fosse um mês, eu seria: janeiro . Se eu fosse um dia da semana: sábado s são aprazíveis. Se eu fosse uma hora do dia: meia-noite ; um entre-lugar. Se eu fosse um planeta ou astro: a l u a , pois tenho fases como ela... (Cecília Meireles) Se eu fosse uma direção: adiante .  Se eu fosse um móvel: uma estante repleta de livros.                                                     Se eu fosse um líquido: água , de côco. Se eu fosse uma pedra: um diamante ; estou sempre em processo de lapidação.   Se eu fosse uma árvore: um baobá , eles parecem ser eternos...   Se eu fosse uma fruta: morango , nem muito azedo, nem tão doce.   Se eu fosse uma flor: jasmim .   Se eu fosse um clima: tropical , com muitas variações. Se eu fosse um instrumento musical: baixo acústico ; só toca quem tem sensibilidade. Se eu fosse um elemento: ar ; invisível e indispensável.   Se eu fosse uma cor: vermelha .   Se eu fosse um bicho: b o r b o l e t a ; “parece flor, que o vento tiro

Pedaços de leitura: Terra Sonâmbula, de Mia Couto

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Citações presentes na primeira página do livro: Se dizia daquela terra que era sonâmbula. Porque enquanto os homens dormiam, a terra se movia espaços e tempos afora. Quando despertavam, os habitantes olhavam o novo rosto da paisagem e sabiam que, naquela noite, eles tinham sido visitados pela fantasia do sonho. (Crença dos habitantes de Matimati) O que faz andar a estrada? É o sonho. Enquanto a gente sonhar a estrada permanecerá viva. É para isso que servem os caminhos, para nos fazerem parentes do futuro. (Fala de Tuahir) Há três espécies de homens: Os vivos, os mortos e os que andam no mar. (Platão) Contar histórias é algo milenar, advém das mais remotas e passadas tradições humanas. Terra Sonâmbula é um bom exemplo disso. A história se passa no Moçambique pós-independência durante uma terrível guerra civil. Os personagens, um velho chamado Tuahir e um menino por nome Muidinga encontram um ônibus abandonado que servirá de abrigo para ambos. Ao lado do veíc

Gênese.

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  Você pode fazer mais com um castelo na narrativa do que com o melhor castelo de cartolina que jamais se viu sobre a mesinha de uma criança. [1]  Foi na narrativa que ela encontrou o sabor das primeiras coisas. As primeiras cores foram os caracteres em branco e preto que saltavam a cada momento que os olhos passavam pelas palavras. Os primeiros aromas foram sentidos vieram das florestas dos contos de fadas, com as suas floras e faunas encantadas. O primeiro toque foi para sentir o personagem na textura do papel e atestar que ele era de verdade mesmo (embora soubesse que ele é parte de uma coerência interna, uma verdade ficcional).O primeiro som foram vozes, aquelas vozes que juramos ouvir quando cada personagem dialoga, pensa, canta, sussurra, GRITA. Ela descobriu que poderia fazer o que quisesse numa narrativa e decidiu que se tivesse que fazer, faria o melhor que pudesse; guardaria as primeiras sensações de todas as primeiras coisas que passaram por ela nu

O que passou a ser. Em transformação...

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Habito os dez mil e quinhentos universos sugeridos pela física quântica satisfeita de ser tantas em tantos                            (Diva Cunha) 1º Universo,o das bobices. Era uma vez ela, uma menina. Há tanto tempo esperada; a torre do castelo já tinha espaço para abrigar seus devaneios infantis, cercada de afeto, mimos, cuidados. Seus pequenos prazeres: canções lilases , longas conversas com objetos disfarçados de brinquedos e quitutes da avó. Ela, a menina, era capaz de montar quebra – cabeça com nuvens, mas tinha medo do escuro. Pra isso achou uma solução: descobriu que poderia morar num livro. Seu primeiro e grande amor foi um livro. Toda semana aguardava ansiosamente pelo encontro com o seu amado. Sentia todos os sintomas de paixonite. Frio na barriga. Ria do vento. Sentia saudade, mesmo estando perto. Abraçava forte. Gostava do cheiro. Com ele, só com ele ela era muitas numa só: a mocinha, a princesa, a fada.   Nunca